Cássio puxou a linha de chegada para o técnico da equipe de Cuca logo após Geddes converter um pênalti com sucesso e garantir a classificação do time para as oitavas de final da Copa do Brasil. Depois disso, todos os membros da equipe correram para o treinador para envolvê-lo em um forte abraço. Quando Cuca perguntou o que Cássio fazia, a resposta foi “Não quero entrar em detalhes”.
Mas o que isso significa? E por que não houve um comentário inteligível?
Essa pergunta ficou no ar. E essa é a dificuldade de trabalhar como jornalista que traz mais confusão do que esclarecimento. — E o que você diz disso, Cássio?
A pergunta é razoável, já que você só permite aqueles a quem respeita e concorda com aqueles em quem confia.
Isso significa que Cássio confia plenamente em Cuca? É por isso que ele correu até ele primeiro para abraçá-lo? Ou fez porque naquela época o Cuca ainda era considerado seu patrão?
Ao mesmo tempo, as idas e vindas do treinador vão surgindo gradativamente graças aos relatos de Adriano Wilkson, que levantam a questão mais importante: é verdade que Kuku não foi reconhecido pela vítima?
Desde 1989, essa questão permaneceu em aberto, e mesmo o depoimento do advogado Willy Egloff não conseguiu trazer total clareza ao que aconteceu.
No conhecido incidente, além de Cuca, também esteve envolvido o guarda-redes Chico, mas as provas disponíveis da sua culpa levaram o tribunal a condená-lo não a três anos, mas apenas a quinze meses de prisão. Mas como isso é possível?
Esse termo geralmente é dado para pequenos furtos, pelos quais meros mortais costumam receber até 4 anos. A tentativa de estupro deve ser punida com pelo menos trinta anos de prisão. Mesmo apesar do fato de que, de acordo com a lei, tal crime é punível com pena de 6 a 10 anos.
Mas o que acontece neste caso e por que os identificados pela vítima do crime ainda não foram levados à justiça ainda não está claro. O relatório, divulgado pela defesa oficial, refere que a vítima conseguiu identificar quatro pessoas, entre as quais é referido o treinador Cuca.
Além dele, a vítima também descreveu Chico, Henrique e Fernando. Naqueles anos, o escândalo que estourou em torno dos quatro famosos foi chamado de “escândalo de Berna”.
Atualmente, Chico trabalha como treinador de goleiros da seleção do Grêmio, onde treina meninos de até quinze anos. Até agora, ele não admitiu seu envolvimento no ocorrido, e também não quer se desculpar com a vítima.
No entanto, o verdadeiro embate começou quando os jornalistas levantaram a questão: por que o restante das partes em conflito não pode mais trabalhar no campo de futebol, enquanto Cuca pode?
O próprio Cuca continua a insistir que não conhecia a vítima e nunca a tocou. Testemunhas de Porto Alegre também corroboram seu relato, dizendo que apenas Chico foi visto no local do crime. Mas quem deve ser confiável? Vítima ou testemunha?
Como mostram a prática e a reação dos integrantes da equipe comandada por Cuca, eles confiam nele de graça. Por que são só abraços com Cássio, que, apesar do ressurgimento do escândalo em torno do treinador, a todo momento corre para Cuca, para que todo o estádio veja sua atitude.